quarta-feira, 16 de julho de 2008

Notícia da BDteca de Lisboa: Lançamento do Alçapãp nº 2 na Feira Laica em www.bedeteca.com

O segundo número do «fanzine da arquitectura dura", ou seja o "Alçapão" (imagem), está mais potente do que nunca: mais páginas, boa impressão, lombada brochada, boa apresentação gráfica, e o que importa: textos mais ferozes de quem quer desmistificar a Arquitectura. Publicada pela Delegação de Portalegre da Ordem dos Arquitectos, é editada por João Sequeira (que desenhou o Lx Comics "Metamorfina") que ilustra alguns textos e faz uma bd. Participam também como ilustradores: Cátia Serrão, Filipe Abranches, Paulo Monteiro, Jucifer, Leís Henriques, Joanna Latka, Richard Câmara, Bruno Borges, Bárbara Rof, Daniel Lima, José Feitor, Teresa Amaral, João Concha, André Lemos e Ana Menezes.

Notícia da OASRS: lançamento do Alçapão nº 1- em www.oasrs.org

O Núcleo do Médio Tejo e a Delegação de Portalegre da Ordem dos Arquitectos celebraram o Dia Mundial da Arquitectura com o lançamento de publicações: «PapelParede» tem 16 páginas a preto e branco com capa e contracapa a cores, uma tiragem de mil exemplares e dedica o número zero ao tema do «não lugar»; «Alçapão», o fanzine de Portalegre, apresenta-se com 48 páginas e 500 exemplares. «PapelParede» deverá ser trimestral; «Alçapão» é um fanzine: sai quando tiver de sair.
Se as publicações são uma vontade de afirmação, «PapelParede» diz ao que vem, no editorial de Pedro Costa e Rui Serrano: quer divulgar a arquitectura no seu cruzamento com as «artes, o território, a paisagem, a imagem e as ciências sociais», estar próximo da «cultura local» (os territórios do Médio Tejo), «estimular a intervenção crítica» e abrir a revista «a todos os interlocutores externos». O editorial de «Alçapão» é uma frase: «espaço alternativo de divulgação de arquitectura».

«PapelParede» parte do trabalho do investigador Marc Augé sobre «Não Lugares», espaços sem identidade, história e relações, espaços de passagem, comunicação e consumo, por oposição aos sítios onde se funda uma existência, uma identidade e uma história. Para evocar um não lugar, a revista escolheu a A23.
Entre vários textos, «Alçapão» questiona o processo de aquisição, pelo arquitecto, «dos desejos e anseios do cliente» e da resposta que lhes dá, «segundo os seus próprios critérios e conceitos de funcionalidade». O resultado é o cliente sentir orgulho por uma casa ou objecto com a qual não sonhou mas sobre os quais o convenceram de que eram precisamente aqueles com que sonhava?
«Alçapão» tem um texto sobre a actividade dos Gabinetes de Apoio Técnico, definições sobre o que é e não é arquitectura, uma reflexão desenhada sobre o que é «Portugal» ou uma discussão sobre a razão pela qual há necessidade de dividir uma janela em «múltiplos quadradinhos».
PapelParede
Núcleo do Médio Tejo
Rua D. João IV, 47-49, Abrantes
www.oamediotejo.org
E-mail: n.mediotejo@oasrs.org
Alçapão – fanzine de arquitectura dura
Delegação de Portalegre
E-mail: Aqui.jas@sapo.pt

crítica ao alçapão nº 2 no blog lerbd.blogspot.com por Pedro Moura

Alçapão no. 2. AAVV (Ordem dos Arquitectos/S.R.S. - Portalegre). Passados dois anos do primeiro número, o segundo continua na sua senda livre de discursos em torno da arquitectura, mais ou menos politizados, mais ou menos poéticos, mais ou menos crónicos. Mais do que um pensamento académico ou policial-jornalístico, reúne-se aqui uma série de vozes que faz um retrato social e subjectivo, e por isso mais vincado, do estado da arquitectura e das atitudes com, para com e pela arquitectura no nosso país. Ilustrando cada texto, cada página, contribuindo com bandas desenhadas ou ilustrações, está uma dezena de autores munidos com os seus instrumentos imprecisos para tornar mais enraizadas as ideias precisas que nascem da leitura e confronto com a Alçapão. Um destaque especial merecerá a banda desenhada de oito páginas escrita por Luís Henriques e desenhada por João Sequeira (o qual aproveita para se auto-citar de modo subtil), Tudo o que é sólido dissolve-se no ar (baseado seguramente no livro de Marshall Berman, que por sua vez cita essa famosa frase de Marx), tratando da inevitável dissolução provocada pela modernidade do capitalismo sobre tudo, inclusive a própria terra. Um conto moral que pretende contrariar o que se verifica, e esperemos levado como aviso e modelo.

critica ao alçapão nº 1 no blog chilicomcarne.blogspot.com

Quarta-feira, 11 de Outubro de 2006
Alçapão - fanzine de arquitectura dura #1
Ordem dos Arquitectos - Delegação de Portalegre; Out'06

Fanzines saídos do meio institucional? Mein Gott!? Só podia dar merda mas por acaso não é este o caso! Realmente foi impresso no formato A4 em papel couché e tem aquele ar de DTP old-school mas há aqui uma boa dose de sujidade que lhe dá credibilidade - um zine é sempre sujo, certo? Se fosse realmente um zine com uma pancada institucional (não podemos escrever isto ou desenhar aquilo) não suportaria as ilustrações com os negros do André Lemos, do José Feitor e do João Maio Pinto ou os "erros" do Bruno Borges nem toleraria as bd's da Rosa Baptista ou do Richard Câmara nem os escritos dos vários colaboradores deste primeiro número.
O plantel de ilustradores e autores de bd dá power ao zine que tem como tema e textos a "Arquitectura". Aliás, se não fosse estes tipos duvido que haveria zine de tão insipientes que são os textos. Este primeiro número saiu no âmbito das celebrações da Delegação de Portalegre da Ordem dos Arquitectos para o Dia Mundial da Arquitectura.

poster do Alçapão nº 1 por Luís Pedro Cruz

terça-feira, 1 de julho de 2008

ilustração de João Sequeira para o texto de Luís Pedro Cruz " Manifesto surrealista "

 
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ilustração de Jucifer para o texto de Luís Pedro Cruz " Mau feitio "

 
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desenho amavelmente cedido por Hestnes Ferreira para ilustrar o texto de Vasco Câmara Pestana " Um dia feliz passado em Avis "

 
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ilustração de Luís Henriques para o texto de Luís Pedro Cruz " Desenhar - um vício,... "

 
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ilustração de Joana Latka para o texto de Vasco Câmara Pestana " Arquitectura, Arte, Ofícios e Amigos "

 
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alçapão 2 : ficha técnica

 
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alçapão 2 : Índice

 
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contra capa do alçapão 2 da autoria de João Sequeira

 
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capa do alçapão nº 2 da autoria de João Fazenda

 
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ALÇAPÃO Nº 2

O Alçapão nº 2 foi lançado no dia 28 de Junho de 2008 na Feira Laica - Bdteca de Lisboa.

Os próximos lançamentos, exposições ou debates serão divulgados aqui.

ilustração de Filipe Abranches para o texto de José Kuski " Manifesto 47 "

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ilustração de Richard Câmara para o texto de Miguel Ferreira Mendes "A arquitectura é perversa "

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Urbanal : ilustração de Edgar Raposo sobre texto de Espantoso Barbosa

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brick head : ilustração de André Lemos

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Janela nocturna : ilustração de João Concha

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ficha técnica do alçapão nº 1

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contra capa do alçapão nº 1 da autoria de João Sequeira

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editorial do alçapão nº 1

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índice do alçapão nº 1

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capa do alçapão nº 1 da autoria de João Sequeira

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concerto com os irmãos catita no CAE de Portalegre dia 7 de Out. de 2008

 
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convite para o evento de 7 de outubro de 2006 da autoria de zepe

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cartaz para o evento de 7 de Outubro de 2006 da autoria de zepe

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O lançamento do "Alçapão " nº 1 aconteceu no dia 7 de Outubro de 2006 em Portalegre, integrado no evento de comemoração do dia mundial da arquitectura.

Este evento foi composto pela inauguração da exposição "sinais de modernidade ", por um debate, um jantar convívio e um concerto com os " Irmãos Catita " que teve lugar no Centro de Artes e Espectáculos ( C.A.E. ) em Portalegre.
A palavra fanzine tem origem na junção das palavras fan(atic) + (maga)zine, utilizando-se por vezes só a abreviatura "zine".Os fanzines são publicações de carácter marginal, que são distribuídas e/ou publicadas, pelos próprios editores e são explicitamente não profissionais (Stephen Duncombe). São ainda caracterizados pelo seguinte:- São publicados irregularmente, a edição é feita ao ritmo que o editor entende.- Têm baixa tiragem (entre 50 a 200 exemplares).- A impressão é de baixa qualidade - normalmente são impressos em fotocópia ou com outros meios baratos e acessíveis, muitas vezes artesanais. Acompanham os meios tecnológicos da época, seja o duplicador offset, a fotocopiadora, a impressora do computador pessoal.- Ao nível do formato, não há regra, tanto podem ter formas padronizadas, como o A6, A5, A4 ou A3, como optar por outros formatos mais específicos e irregulares.- A distribuição é feita junto dos amigos (da escola, do bairro e do mundo) muitas vezes dentro da escola, durante os intervalos.- Sem fins lucrativos - não há motivos comerciais na sua produção. Quando são vendidos, normalmente esse dinheiro é usado para financiar a edição seguinte.- Os nomes escolhidos são, por norma, estranhos e muitas vezes vernaculares (“Sub”, “Cona da Mão”, “Estrume”, “Bactéria”), e para além de definirem o conteúdo, demonstram grande imaginação, anti-convencionalismo e até alguma agressividade em relação à sociedade.Ducombe relaciona o aparecimento de fanzines sobre ficção científica, nos anos 30 do século passado, como uma forma de criar leitores. Em 1936 surge o primeiro dedicado à banda desenhada, tendo depois sido um elemento chave no movimento de contracultura dos anos 60, nessa época mais virados para a política. Nos anos 70 foram uma forma de o movimento Punk espalhar a sua ética do “do-it-yourself” e nos anos 80 um meio de escritores divulgarem os seus pensamentos, o que de outra forma não seria possível. Hoje em dia, com a difusão da Internet, o suporte papel está a ser abandonado, passando a estar online.Em Portugal, o primeiro fanzine (com denominação de tal, visto que já tinham existido anteriormente projectos que se enquadravam nas características atrás referidas, realizados por artistas como Almada negreiros) foi o Árgon, editado em Janeiro de 1970.Normalmente os fanzines têm um tema, podendo ser sobre música, ilustração, culinária/alimentação, poesia, política, cinema, banda desenhada, etc., abordando problemas do nosso tempo, como seja a alienação das pessoas, o consumismo…No livro “Notes From Underground: Zines And The Politics Of Alternative Culture”, Stephen Duncombe (citado por James Surowiecki) mostra que é possível um produto cultural servir de instrumento de rebelião cultural. Surowiecki refere ainda que Duncombe respeita e admira o sentimento utópico do mundo dos fanzines, pois o autor de fanzines é um indivíduo que corta as convenções, as maneiras, as normas e a comunicação, pois não quer ser apertado pela sociedade, dizendo “Não!” ao que lhe parece mal.Os fanzines são uma ideia alternativa, relacionada com a cultura e são um modelo para produções culturais cooperativas e individualistas, sobretudo, mais do que consumir cultura, fazem-na (Duncombe).O objectivo do autor de fanzines, é sentir-se bem consigo próprio e mudar a sociedade, Jennifer Sinor, no artigo “Adolescent Girl´s Zines: Uncommon Pages and Pratices”, refere que muitas raparigas que sofreram abusos físicos, psicológicos e emocionais, encontram nos fanzines uma maneira de desanuviar e de contar o que lhes aconteceu, daí que a distribuição seja feita junto dos amigos. Conta ainda casos em que, ao longo das páginas do fanzine, aparecem referências à educação e ao ensino, onde pais e professores são pessoas suspeitas.São um viveiro de talentos resultante da determinação de uma ou várias pessoas em mostrar as suas ideias, pensamentos, opiniões. Quem os faz tem aí um bom campo de experimentação, embora por vezes, a sociedade preferisse que estivessem calados. Dão voz a pessoas que de outra forma não a teriam.Os fanzines são de certa forma a verdadeira liberdade – não fosse o facto de os autores dos fanzines estarem preocupados em falar para si próprios (Duncombe). São uma nova forma de comunicação, marginal, mas cheia de uma cultura vibrante, que quer permanecer no subsolo, fugir das luzes da ribalta.Aspectos como este, tornam os fanzines únicos e impares, e como disse Pedro Moura, como qualquer publicação, joga como pode com as expectativas do leitor. Através do título da publicação, do tipo, do autor, da editora, do formato, do design da capa, etc., o leitor cria de imediato, como numa paixão à primeira vista, um horizonte de expectativas.
Qual a diferença garantida por um fanzine? É que o fanzine, precisamente por a maior parte das vezes ser um objecto não-identificado à primeira, apresenta um horizonte sobejamente mais alargado que as publicações ditas “normais”.
Já Rosa Oliveira afirma que quanto menos formal for o estilo, mais próximo estaremos de um tipo de discurso onde a individualidade está presente. Essa individualidade, está presente no que Tristine Rainer, no final da década de 70, do século passado, chamou de o "Novo Diário do Século XX", que está associado à exploração da criatividade, do crescimento pessoal (significando o crescimento do todo da pessoa), a reparação ou a terapia.
" É só garganta ... " é um blog que se destina à divulgação do fanzine " Alçapão " e à recolha de comentários aos números já publicados e de propostas para as próximas edições.