quarta-feira, 16 de julho de 2008

crítica ao alçapão nº 2 no blog lerbd.blogspot.com por Pedro Moura

Alçapão no. 2. AAVV (Ordem dos Arquitectos/S.R.S. - Portalegre). Passados dois anos do primeiro número, o segundo continua na sua senda livre de discursos em torno da arquitectura, mais ou menos politizados, mais ou menos poéticos, mais ou menos crónicos. Mais do que um pensamento académico ou policial-jornalístico, reúne-se aqui uma série de vozes que faz um retrato social e subjectivo, e por isso mais vincado, do estado da arquitectura e das atitudes com, para com e pela arquitectura no nosso país. Ilustrando cada texto, cada página, contribuindo com bandas desenhadas ou ilustrações, está uma dezena de autores munidos com os seus instrumentos imprecisos para tornar mais enraizadas as ideias precisas que nascem da leitura e confronto com a Alçapão. Um destaque especial merecerá a banda desenhada de oito páginas escrita por Luís Henriques e desenhada por João Sequeira (o qual aproveita para se auto-citar de modo subtil), Tudo o que é sólido dissolve-se no ar (baseado seguramente no livro de Marshall Berman, que por sua vez cita essa famosa frase de Marx), tratando da inevitável dissolução provocada pela modernidade do capitalismo sobre tudo, inclusive a própria terra. Um conto moral que pretende contrariar o que se verifica, e esperemos levado como aviso e modelo.

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